As ilhas entre o litoral de São Paulo e Paraná (Ilha do Cardoso, Ilha do Superagui, Ilha do Pinheirinho, Ilha das Peças e Ilha do Mel) se estendem por 76 km do litoral e são ainda pouco conhecidas pelos brasileiros. São vários os motivos que contribuem para isso: o difícil acesso, a infraestrutura precária, a distância das cidades e o isolamento da região pela Serra do Mar, estuário Lagamar de Cananéia e Baía de Paranaguá, possibilitando acesso às ilhas somente por embarcação, a partir de Cananéia (SP), Paranaguá (PR) ou Guaraqueçaba (PR).
Por outro lado, essa região possui seus ecosistemas muito bem preservados. As ilhas ficam localizadas no Complexo Estuarino Lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá, que se estende pelo litoral desde Peruíbe (SP) até Paranaguá (PR), sendo o maior trecho contínuo de Mata Atlântica existente no Brasil, apresentando uma considerável reserva de mangue pouco degradada, sendo considerado um dos maiores criadouros de espécies marinhas do Atlântico Sul.
A região se destaca pela preservação de suas matas, mangues e rios, onde são encontradas não apenas florestas, mas comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras. A região possui diversas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e parques: APA Cananéia-Iguape-Peruíbe, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, a APA de Guaraqueçaba e Parque Nacional do Superagui.
O acesso às ilhas é realizado somente por embarcação, não existem pontes e carros nas ilhas e, por isso, muitos optam por andar de bicicleta. Todas as ilhas estão em áreas de proteção ambiental ou parques, com restrições em relação à construção, ocupação humana e atividade econômica. O acesso de pessoas às ilhas também possui limite.
Ilha do Cardoso (Cananéia - SP)
A Ilha do Cardoso faz parte da Cidade de Cananéia e compõe o Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Lá fica localizado Marujá, um pequeno vilarejo com poucos
moradores. Possui alguns restaurantes, pousadas e áreas de camping. No vilarejo de Marujá, uma faixa de areia de aproximadamente 400 m separa o canal e o mar,
naquele trecho. As principais atrações são suas praias, a Cachoeira Grande e
as caminhadas pelo Parque através das trilhas e praias.
Ilha do Superagui (Guaraqueçaba - PR)
A Ilha do Superagui faz parte do Parque Nacional do Superagui
(que abrange também a Ilha das Peças e uma porção da área continental na outra margem do Canal do Varadouro). No Parque podem ser encontradas
espécies ameaçadas de extinção, como o mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus
caissara), papagaio-da-cara-roxa ou chauá (Amazona brasiliensis), suçuarana
(Felis concolor) e bugio (Alouatta fusca). A área é considerada Sítio do
Patrimônio Natural (UNESCO,1999), Reserva da Biosfera (UNESCO, 1991) e
Patrimônio Natural e Histórico do Paraná (Paraná, 1970). As principais atrações
são a Praia Deserta da Ilha do Superagüi (38 Km), a comunidade da Barra do Superagui, a Trilha
da Praia Deserta da Ilha do Superagüi.
Ilha do Pinheiro e do Pinheirinho (Guaraqueçaba - PR)
São duas pequenas ilhas despovoadas. A pequena Ilha do Pinheirinho, abriga cerca de 5 mil exemplares do papagaio de cara roxa, também conhecido como chauá, que está ameaçado de extinção.
Ilha das Peças (Guaraqueçaba - PR)
A Ilha das Peças faz parte do Parque Nacional do Superaqui. Possui um pequeno vilarejo,
a Vila das Peças, ao lado da foz do Rio das Peças. Na vila, atualmente, moram em torno de 350 pessoas, sendo sua principal atividade econômica a pesca
artesanal e o turismo.
A ilha possui uma pousada, seis restaurantes, um posto de
saúde e uma associação de condutores de ecoturismo. Possui energia elétrica e
água encanada tratada. Dentre as atrações da região estão suas belezas naturais
preservadas: praias, rios, flora e fauna, como o guará vermelho.
Ilha do Mel (Paranaguá - PR)
A Ilha do Mel é a mais frequentada dentre estas ilhas citadas,
possuindo diversos restaurantes e pousadas. Como a Ilha é uma Unidade de Conservação Ambiental (administrada
pela IAP - Instituto Ambiental do Paraná), não é permitida a presença de animais
que não sejam os nativos.
O local tem 25 quilômetros de praias que agradam turistas de
vários gostos. Algumas são praticamente desertas, outras têm bastante agito,
inclusive à noite, e outras são ótimas para a prática do surfe.
Para evitar a degradação da ilha não é permitido veículo
automotor e de tração animal, e o número de visitantes é restrito, não podendo
passar de 5.000 pessoas por dia. Não é permitida a visitação em toda a ilha, em
uma grande parte não é permitido o acesso.
A ilha tem cinco vilarejos, que são: Fortaleza, Nova
Brasília ou Brasília, Farol, Praia Grande e Encantadas. O ponto turístico de
maiores destaques na Ilha do Mel é o Farol das Conchas, uma construção de 1870.
Do alto do farol se tem uma bela vista panorâmica de quase toda a ilha e
região.
Velejar pela região lagunar
Velejar na região não é uma tarefa das mais fáceis. Isso porque, existem muitos pontos de restrição de navegação, principalmente com veleiro, devido ao calado. Existem muitas áreas assoreadas e, também, muitos bancos de areia. Dentre eles, pode-se destacar:
- Canal do Varadouro.
- Canal entre a Baia dos Pinheiros e a Baia das Laranjeiras.
Além disso, não existe sinalização para navegação, o que aumenta o perigo. Mas é frequente encontrar velejadores na região. A ABVC, inclusive, já promoveu quatro edições do Cruzeiro da Costa Sul, de Paraty a Florianópolis, com a flotilha passando pela região lagunar, exceto os veleiros de maior calado. Mas foram poucos os dias reservados na região.
Cruzeiro Lagamar pelo Varadouro
Para tornar a região mais conhecida, a ABVC está programando para a época do Reveillon a primeira edição do Cruzeiro Lagamar pelo Varadouro, um percurso realizado em grupo de veleiros entre a cidade de Cananéia (SP) e Antonina (PR).
Fique atento à programação!